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sábado, 8 de janeiro de 2011

Ainda chego lá...


Não é de hoje que treinar em casa é uma prática adotada pelos fissurados em Jiu-Jitsu. A academia, para muitos, não basta.
Voltemos aos remotos treinos da arte suave no Brasil. A família Gracie, por exemplo, sempre teve este costume, seja para dar aulas particulares ou, por exemplo, nos tradicionais treinos na casa da família em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro.
Na introdução do estilo nos EUA também foi assim. Muitas vezes o dojô era montado na própria garagem das casas, numa época em que a modalidade começava a ser difundida.
No Brasil, muitos seguiram da mesma forma. Carlos Liberi, responsável hoje pela estruturada Gracie Barra Campinas, chegou a ter cem alunos no tatame em sua garagem. Já o campeão Caio Terra, hoje radicado nos EUA, quebrou as paredes do apartamento em Copacabana e o transformou numa academia particular, o que foi fundamental na sua evolução.
“Só não tinha tatame nos quartos da minha mãe, meus irmãos, na cozinha e banheiros. Eu não tinha quarto, dormia no dojô! Como ali não era uma academia, recebia faixas-pretas de diferentes escolas. Era um faixa-azul que treinava com pretas o tempo todo. Hoje o dojô é menor, mas ainda está lá e meu irmão o usa bastante”, fala Caio.
O mesmo fez o faixa-preta Gabriel Willcox, atualmente campeão do Internacional de Masters. A fera derrubou as paredes do terceiro andar de sua casa, na Urca (RJ), e montou uma verdadeira academia, com dojô e aparelhos de musculação que recebem seus alunos e praticantes de diversas partes do mundo, que aparecem para visitar.
“Minha casa virou uma academia! Os treinos são fortes e já recebi feras como o campeão do ADCC e ex-UFC Dean Lister”, recorda.
A lutadora de MMA e faixa-preta da CheckMat Ana Maria Índia também não perde tempo. Quando bate a fissura de um treininho, junta as amigas na varanda do apartamento, no Recreio dos Bandeirantes. Já Miltinho Vieira, também lutador de MMA e faixa-preta da BTT, montou o dojô num dos quartos do apartamento em Ipanema. Também não dá para se esquecer de Ricardo Arona, que transformou a casa, em Itacoatiara, num centro de treinamentos, com tatame e ringue ao ar livre.
E o “Casa-Jitsu” não fica restrito aos professores e lutadores profissionais. Muitos praticantes, restritos ao horário das diversas tarefas do cotidiano, às vezes sem tempo de comparecer todos os dias na academia, arrumam espaço para um treininho caseiro. O advogado Bruno Ferreira, por exemplo, esperou os pais viajarem.
“Quando eles voltaram, um dos quartos do apartamento tinha virado dojô! Mas nem teve problema, pois minha mãe passou a usar o espaço nas aulas de alongamento que fazia. Hoje estou casado e me mudei, mas o tatame permanece na casa dos meus pais. Sempre reúno os amigos e treinamos lá”, conta o faixa-preta da Nova Geração.

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